quarta-feira, 24 de outubro de 2012

CBPF promove 19ª Jornada de Iniciação Científica

Oportunidade para apresentação de trabalhos científicos por 61 estudantes bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), que vão expor sua participação em atividades de laboratório e a interação com pesquisadores.

Esse é o objetivo da 19ª Jornada de Iniciação Científica que o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCTI), realiza esta semana (de 23 a 25 de outubro), em sua sede, no Rio de Janeiro.

O PIBIC é um programa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Para o coordenador do programa de iniciação científica do CBFP, Roberto Sarthour, a jornada visa contribuir para a formação de jovens pesquisadores, por meio do incentivo ao desenvolvimento de projetos e pesquisas científicas.

Segundo ele, o CBPF possui um quadro de tecnologistas muito qualificado, a maioria com doutorado, que desenvolvem pesquisas inovadoras com possibilidade de se tornarem patentes no futuro.

"Como o CBPF é um centro de pesquisa e não possui cursos de graduação, a participação de alunos das principais universidades do Rio de Janeiro  é extremamente importante", explicou.  

Participam desta jornada alunos de várias instituições de graduação do Rio de Janeiro, como Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (Cefet/RJ) e Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) entre outras. Nesta edição, a qualidade da jornada será julgada pelo professor da UFF, Marcelo S. Sarandy.

“Incentivar pesquisadores permite revelar, muitas vezes, vocações inusitadas, além de contribuir para a vitalidade da instituição”, assinala Sarthour, ao concluir que “a prática proporcionada pelo PIBIC traz benefícios aos alunos pela oportunidade de convivência no meio científico e pelo conhecimento que eles adquirem”.

Ao final do evento, os três melhores trabalhos serão apresentados na próxima reunião da SBPC, no ano que vem, em Pernambuco. As viagens dos estudantes serão custeadas pelo centro.

(Com informações do MCT)

Mostra Ver Ciência apresenta 18ª edição em Brasília

Sustentabilidade, origens do universo, tecnologia para o cotidiano, vida selvagem e a curiosidade humana impulsionando o avanço da ciência. Esses são alguns dos temas abordados na 18ª edição da Ver Ciência – Mostra Internacional de Ciência na TV, que ficará em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília (de 23 a 28 deste mês). 

Realizada anualmente com patrocínio da Petrobras e parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a mostra apresenta um diversificado panorama de documentários, séries e programas científicos de televisão do Brasil e do mundo.

Ver Ciência também traz informações sobre os mais recentes estudos e avanços da pesquisa científica e do desenvolvimento tecnológico mundial. A ideia, explica o curador nacional da mostra, José Renato Monteiro, é promover e incentivar a disseminação da cultura científica, em especial junto ao público jovem. O objetivo da mostra é, sobretudo, estimular o pensamento criativo e a visão crítica, contribuindo para ampliar a compreensão da importância da pesquisa científica no dia a dia da sociedade, afirma Monteiro.

Para 2012, foram selecionados 32 programas de emissoras nacionais e estrangeiras, que serão exibidos nas Sessões Ver Ciência. Elas se organizam em cinco módulos com programas de Brasil, Reino Unido, Estados Unidos, Espanha, Chile e Argentina: BBC (British Broadcasting Corporation), WGBH (Public Broadcasting Service/USA), Ciência Sem Fronteiras, NHK (Japan Broadcasting Corporation), Aventura da Ciência 1 e Aventura da Ciência 2. Foram reservadas sessões especiais escolas pelo Programa Educativo do CCBB.

SERVIÇO

Ver Ciência – Mostra Internacional de Ciência na TV
 CCBB – SCES, Trecho 2, conjunto 22 – Brasília

Informações: (61) 3108-7600 / ccbbdf@bb.com.br / www.bb.com.br/cultura
/ www.twitter.com/ccbb_df


(Com informações do CCBB)

Renato Dagnino fala sobre “Perspectivas da Política de C&T no Brasil” em BSB

O professor Renato Dagnino profere palestra, em Brasília, nesta sexta-feira, 26 de outubro.

Ele vem à Capital Federal a convite do Grupo de Estudos em Ciência - Tecnologia - Sociedade "Café com π - Menta" e do Centro de Memória do CNPq.

O evento acontece no auditório do CNPq (Bloco D, Andar Térreo), das 16 às 17h30. 

Durante o seminário “Perspectivas da Política de C&T no Brasil”, o professor da Unicamp discutirá “A Política Científica e Tecnológica no Brasil”; ”Neutralidade da Ciência e Determinismo Tecnológico” e “A Formação do Engenheiro sob a Perspectiva da Abordagem Ciência-Tecnologia-Sociedade”. 
Renato Dagnino é professor-titular na Universidade Estadual de Campinas e engenheiro.

É também autor de livros importantes como “Ciência e Tecnologia no Brasil: o processo decisório e a comunidade de pesquisa”; “Neutralidade da Ciência e Determinismo Tecnológico; Tecnologia Social: ferramenta para construir outra sociedade”; “Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia e Política de Ciência e Tecnologia: abordagens alternativas para uma nova América Latina”; “Planejamento Estratégico Governamental”; “A Pesquisa Universitária na América Latina e a Vinculação Universidade Empresa” e A Indústria de Defesa no Governo Lula.

Para quem vai participar do evento, Renato Dagnino sugere dois textos seus como leitura prévia:

POLÍTICA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA: QUATRO PEÇAS PARA ARMAR O QUEBRA‐CABEÇAS 

Alinhar a Política de C&T com o processo de mudança social em curso demanda a montagem de um quebra‐cabeça.  As duas primeiras peças que trato neste texto procuram mostrar como ela é. As duas seguintes pretendem explicar por que ela é como é. 

A primeira peça se refere à adição do "Inovação" ao nome do antigo Ministério de Ciência e Tecnologia que ocorreu no início de agosto. 

Está tão disseminada a noção de que a "saúde" das empresas depende de "inovação", algo que nossa sexagenária política de ciência e tecnologia não tem sido capaz de fomentar, que ela a poucos surpreendeu.  Não obstante, o fato de ela integrar o Plano Brasil Maior, cujo slogan "Inovar para competir e competir para crescer" faz jus ao significativo aumento dos subsídios que o MCTI oferece às empresas, merece comentários. 

O primeiro, de constatação, se refere ao termo inovação e requer uma rápida digressão conceitual. 

Schumpeter (um dos pioneiros no estudo da inovação tecnológica e de suas implicações) conceitua inovação como ‘... novas  maneiras  de  combinar  matérias  e  forças´,  que  seriam  perseguidas  pelo  empresário  em  função  de  sua  capacidade  de  perturbar  o  mercado,  garantindo  temporariamente  uma  posição  diferenciada,  de  quase‐monopolista.  Para ele e seus seguidores - os economistas da inovação neoshumpeterianos ‐, a inovação resulta de um embate capital‐capital, na dimensão externa da empresa que permite ao empresário realizar lucros superiores aos de seus concorrentes.  

Há que ressaltar que eles omitem, comodamente, a dimensão interna, onde o embate capital‐trabalho que - analítica e temporalmente - se verifica previamente, é o que torna possível o lucro.  O qual vem sendo "disfarçado”, em função do deslizamento semântico promovido pela Economia da Inovação, de desenvolvimento econômico e levado a que o empresário "schumpeteriano" ‐ o inovador em busca de lucro diferencial ‐ apareça como "o" ator social que o promove. 

Assim, por ser a inovação um conceito criado para designar a introdução de uma novidade no mercado, por uma empresa que busca lucros superiores aos dos concorrentes, a adição reitera decisões para reforçar o caráter pró‐empresa da PCT que vem ocorrendo desde o período neoliberal.  
Embora historicamente centrada na oferta de conhecimento para a empresa mediante o fomento à formação de pessoal e à pesquisa na universidade e à relação desta com a empresa através de institutos de pesquisa, incubadoras, parques e pólos tecnológicos, essa política tem sido, desde então, mal avaliada.  

Os "inovacionistas", com seu estandarte "papers não produzem patentes", desbancaram os "cientificistas" focando‐a em atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) na própria empresa.  

O papel do BNDES e o "rejuvenescimento" da FINEP previstos no Plano Brasil Maior se somam ao subsídio direto e às bolsas para pesquisadores que quiserem contribuir para a "saúde" das empresas. 

O segundo comentário é de dúvida.  

Serão eficazes os novos remédios para combater uma endemia que assola o mundo empresarial (a atavicamente baixa propensão à P&D) num país em que a "condição periférica" a potencializa tornando‐a epidêmica e estrutural?  

A comparação dos comportamentos das empresas locais com as situadas nos países avançados responde taxativamente que não.  Muito mais do que lá, as (poucas) que aqui inovam preferem adquirir tecnologia incorporada em máquinas e equipamentos a realizar P&D; e quando o fazem pouco acorrem a fundos públicos ou demandam pesquisa de universidades e institutos de pesquisa.  

A baixíssima propensão a realizar P&D se revela no seu desinteresse pelos mestres e doutores. Dos noventa mil que formamos em ciência dura, entre 2006 e 2008, para realizar P&D, menos de setenta (!) foram aproveitados pelas empresas. Essa proporção, de menos de 1%, ao ser comparada à estadunidense, que é de 70%, torna desnecessárias mais evidências para responder a pergunta feita acima. 

O terceiro é de provocação. 

Ele traz à tona o Plano Brasil sem Miséria, divulgado há teres meses.  

Ao contrário do outro, ele não parece perceber que gerar trabalho e renda para os 120 milhões de brasileiros em idade de trabalhar que não têm carteira assinada requer complexo conhecimento tecnocientífico; específico para empreendimentos solidários que estão emergindo do setor informal.  

Que dirá propor um programa de desenvolvimento de "Tecnologia Social", que é como se chama aquela necessária para completar suas cadeias produtivas. Aquelas que irão produzir bens e serviços para os mais pobres e, também, os de natureza pública que poderão ser alavancados via poder de compra do Estado.  

O Ministério não pode abrigar apenas "inovacionistas" e "cientificistas".  Os "solidaristas" também querem "agenda" para disseminar sua noção:  esses  arranjos  tecnoprodutivos  precisam  (e  merecem),  para  melhorar  sua  "saúde",  mais  do  que  as  empresas,  de  conhecimento novo. 

A segunda peça do quebra‐cabeça se refere igualmente a uma inovação institucional; a outra iniciativa divulgada no lançamento do Plano Brasil Maior, a criação da "EMBRAPA da indústria"; a Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial (EMBRAPI). 

A  idéia  é,  de  acordo  com  um  dos  secretários  do  MCTI,  "enfrentar  o  desafio  de  transferir  conhecimento da academia para o setor produtivo". Citando acertadamente "como exceção  o  setor  do  agronegócio,  que  serve  de  exemplo  para  outros  segmentos  industriais",  ele  afirma que "apesar do marco legal estimular o setor industrial", e dos recursos disponíveis  estarem se multiplicando, a empresa segue pouco disposta a realizar P&D. 

O objetivo da Embrapi seria, então "agilizar e facilitar o processo inovativo, que é interrompido entre a produção e a fase negocial" aproveitando "a boa experiência da Embrapa que servirá de exemplo". 

Assim, depois de várias tentativas pouco exitosas de superar essa interrupção, que vão desde o fomento aos institutos públicos de pesquisa industrial nos anos de 1970 até as incubadoras, a idéia agora é agora emular no âmbito da pesquisa industrial a experiência da EMBRAPA.  

Os estudiosos da Política de C&T latino‐americana há muito tempo nos legaram três ensinamentos que podem ajudar a entender as limitações dessa ação.  

O primeiro, é o de que em áreas onde não existia o conhecimento necessário para a implementação de um projeto político de algum setor importante da elite dominante, fomos capazes de armar a "cadeia de inovação" que vai da "pesquisa pública básica" até o sucesso econômico (Instituto Agronômico, Embrapa, CENPES‐Petrobras, etc.), político‐estratégico (CTA‐ITA‐Embraer, Cpqd, etc.) ou social (Instituto Oswaldo Cruz, etc.). 

De fato, é por isso que em toda a América Latina, tem sido apenas em segmentos com essas características - especificidades locais e importância para algum projeto político - que se pôde emular a experiência dos países de capitalismo avançado.
 
O segundo ensinamento pode ser sintetizado com um aforismo criado há mais de três décadas por um latino‐americano ilustre (aquele do "triângulo de Sabato"): "em qualquer lugar e tempo, existirão três bons negócios com tecnologia: roubar, copiar e comprar...; e nenhuma empresa ou país irá desenvolver tecnologia se puder realizar um dos outros três".  

O terceiro pode ser entendido como um corolário para o caso brasileiro. Aqui, mais do que  em outros países que foram relegados à periferia  do capitalismo, como Índia, Peru, China,  onde  o  conhecimento  autóctone  não  foi  arrasado  pelo  eurocêntrico,  nossa  ancestral  dependência  cultural,  o    baixo  preço  da  força  de  trabalho  e  o  elevado  grau  de  oligopólio,  tornam ainda mais intensa e estrutural a aversão natural da empresa a realizar P&D. 

Ou  seja,  não  é  porque  sejam  atrasadas,  ou  porque  não  exista  "cultura"  ou  "ambiente  de  inovação"    e  sim  porque  são  agentes  econômicos  racionais,  que  as  empresas  "brasileiras"  não fazem P&D. Quem duvida, deve observar a elevada taxa de lucro (que é o critério mais  apropriado para avaliar o seu desempenho ) que obtêm "nossos" excelentes empresários. 

Assim, o fato de que os segmentos onde logramos êxito estejam em geral situados em áreas  como  saúde  humana,  vegetal  e  animal,  e  recursos  naturais,  e  não  na  industrial,  apenas  confirma esses ensinamentos.  

Voltando ao caso da Embrapa, e explorando o plano político da política de C&T, rememoro duas manifestações significativas que esses ensinamentos explicam.  

A primeira foi a mobilização de militantes do PT agrupados no seu Setorial de C&T quando da elaboração da plataforma do atual governo, para alterar a localização da Embrapa.  Por estar o Ministério da Agricultura historicamente comprometido com o agronegócio, eles consideravam que só no MCT seria possível retomar a bandeira contra‐hegemônica da Agricultura Familiar que haviam levantado com algum sucesso no início do governo Lula.  

A outra manifestação, que corrobora o sentido da anterior, remonta àquela conjuntura, quando ocorreram tímidas ações do presidente da Embrapa para desenvolver tecnologia para a Agricultura Familiar.  Irados e uníssonos protestos na mídia (... sabe‐se lá o que ocorreu nos gabinetes!) dos porta‐vozes do agronegócio "moderno" e do latifúndio "atrasado" provocaram a sua demissão.  

O fato de aquela mobilização ter sido frustrada, provavelmente em prol da governabilidade, ao mesmo tempo em que evidencia o acerto daqueles ensinamentos, sugere um outro: quando uma instituição desenvolve pesquisa aderente aos interesses de alguma elite, ela não apenas a usa e valoriza como impede sua reorientação,  para  avaliar  a  probabilidade  de  sucesso  da  EMBRAPI,  é  preciso  saber  se  a  elite  industrial  "brasileira", que ao contrário daquela do agronegócio, vem sendo afetada há duas décadas  por  um  processo  de  desindustrialização  e  desnacionalização  e,  mais  recentemente,  pela  "ameaça chinesa", irá responder como esperam os fazedores da PCT. Não parece plausível  pensar  que  ela  passe  a  tentar  afirmar  sua  competitividade  via  inovação  em  P&D  e  não  na  importação  de  tecnologia  desincorporada  e,  principalmente,  como  vem  fazendo  de  modo  contumaz, na compra de tecnologia embutida em máquinas e equipamentos.  

Indo mais além (ou aquém) de questões "ideológicas", cabe lembrar as inúmeras evidências  de que ela, apesar do significativo aumento dos benefícios que vem recebendo do governo  (e  que  o  secretario  que  citei  reconhece),  que  vão  desde  a  subvenção  econômica  até  a  alocação  gratuita  de  pesquisadores,  passando  pela  renúncia  fiscal,  não  tem  alterado  sua  pouca propensão a realizar P&D.  

E  que  durante  o  período  neoliberal  os  fazedores  de  política  também  esperaram  que  as  empresas  industriais,  acicatadas  pela  abertura  comercial  iriam  se  tornar  competitivas  via  transferência dos resultados da pesquisa universitária e da realização de P&D intramuros. E  que,  como  ficou  patente,  elas  simplesmente  venderam  seus  ativos  ao  capital  estrangeiro  para explorar outros negócios e provocaram um desemprego que até agora amargamos. 

Antes de conceber inovações organizacionais, como a criação de uma "Embrapa da indústria", na expectativa de que possam alterar o comportamento racional de excelentes empresários, é necessário que os fazedores de política compreendam o que diferencia o comportamento das elites que se relacionam com a C&T. E, mais ainda, que percebam que há outros agentes econômico‐produtivos em nossa sociedade, que não as empresas privadas, que necessitam e merecem urgentemente a sua ação.  

A terceira peça do quebra‐cabeça não está ligada, como as anteriores, a ações pontuais derivadas do aumento da importância conferida ao fomento à P&D empresarial no âmbito da PCT. Ela se refere, como indiquei acima, a entender a racionalidade que as condiciona. Ou seja, à maneira como os que a elaboram (formulam, implementam e avaliam) entendem a Política de C&T e as demandas que deveria atender.  

Ela está baseada nas declarações de importantes personagens do cenário da política de C&T nacional, todas elas anteriores àquelas duas ações, que as explicam e mostram como a comunidade de pesquisa, ao predicar o "inovacionismo" e contribuir para a naturalização da idéia de que o público (em especial, a universidade) deve servir ao privado.  A primeira serie de declarações foi publicada no JC e‐mail 4082, de 25/08/10, "Cientistas esperam que próximo presidente resolva gargalo da inovação tecnológica", que passo a comentar citando entre aspas alguns de seus trechos.  

Já  ao  apontar  no  seu  subtítulo  que  a  "Interação  entre  universidades  e  empresas  deve  ser  estimulada" e, em seguida, que o "gargalo no setor de ciência e tecnologia" se deve a que  "poucos  experimentos  conseguem  sair  dos  laboratórios  e  chegar  ao  setor  privado",  a  matéria parece sugerir o fortalecimento da orientação privatista que veio a ocorrer. O então  presidente da SBPC defendia o direito do "setor privado" de utilizar o potencial de pesquisa  das  "universidades  federais  e  estaduais  (que  são  as  principais  produtoras  de  pesquisa  no  país" - públicas, como se sabe ‐ em seu próprio (e privado) benefício. 

A ênfase nesse "gargalo" se deve a uma idéia de senso‐comum que fundamenta os argumentos que aqui questiono.  Ou seja, a de que o conhecimento produzido nas universidades e institutos de pesquisa públicos, para beneficiar a sociedade e atender os direitos dos cidadãos, tem que passar, antes, pela empresa privada.  Idéia essa que parece decorrer de uma visão equivocada da história e a um desconhecimento da realidade social e econômica do País. 

Partilhando dessa visão, outras duas importantes personagens são citadas na matéria.  O presidente da Academia Brasileira de Ciências ‐ Jacob Palis ‐ que "defende mais incentivos fiscais para estimular a inovação dentro das fábricas" e que diz que "é preciso facilitar a participação do pesquisador nos programas de desenvolvimento de pesquisas no setor privado".  E o vice‐presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras  ‐ Guilherme Marco de Lima, que defende os projetos de parcerias a longo prazo e reclama que os atuais mecanismos de financiamento para a inovação não acompanham o ritmo do processo da iniciativa privada. 

A segunda matéria, publicada no O Estado de SP, 19/12/10 com o título de "Ciência no setor privado ainda frustra", é uma entrevista com Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor‐científico da FAPESP. Dela ressalto dois trechos. O primeiro é o em que ele, percebendo o que tenho chamado de "fetichização" dos indicadores relativos às patentes universitárias, aponta acertadamente que o fato delas serem no Brasil 59% do total (enquanto que nos EUA representam cerca de 3%) não deve ser tomado como um indício de que poderiam melhorar o desempenho inovativo do País, afirma que "...o valor de um escritório de patentes dentro da universidade não está em gerar mais dinheiro do que despesas. Assim como o valor de formar estudantes não está em ganhar mais dinheiro do que o investido na sua formação. A patente licenciada aumenta a capacidade da universidade difundir conhecimento, sua principal missão."  

O  segundo  trecho  é  aquele  em  que  face  à  pergunta  "Quais  os  principais  desafios  para  a  ciência no Brasil?" ele respondeu: "intensificar as atividades de pesquisa e desenvolvimento  nas empresas, disseminar a atividade de pesquisa acadêmica... e criar no Brasil instituições  acadêmicas  muito  competitivas  internacionalmente,  que  sejam  ranqueadas  entre  as  cem  melhores do mundo". 

A quarta peça do quebra‐cabeças completa as anteriores mostrando como a racionalidade que explica o "inovacionismo" vem sendo disseminada, legitimada e naturalizada no âmbito da universidade pública; aquele onde se gestam as idéias que são materializadas na PCT, se convence os professores responsáveis pela sua formulação, implementação e avaliação, e onde se formam os jovens que tenderão a dar‐lhe continuidade.  Como  a  anterior,  seu  delineamento está baseado nas declarações de personagens ligados a esse âmbito. 

Parecendo tomar a deixa da recém citada foi publicada em 12/04/11 na Folha de SP uma entrevista com o título "MEC faz plano para ajudar País a subir em rankings".  Reproduzo abaixo um longo trecho para ilustrar até onde pode levar a "fetichização" dos indicadores e para mostrar como a comunidade universitária está encarando os desafios associados a sua atividade.  

"Para  que  as  universidades  brasileiras  passem  a  freqüentar  mais  e  melhor  os  rankings  internacionais  de  qualidade,  o  Ministério  da  Educação  está  preparando  um  plano  para  aumentar  a  quantidade  de  publicação  de  brasileiros  em  meios  científicos.  'Estamos  terminando  um  estudo  aprofundado  dos  rankings  para  potencializar  a  participação  das  federais brasileiras', diz Luiz Cláudio Costa, secretário de Educação Superior do ministério. A  intenção do MEC é começar o projeto com as universidades federais mais reconhecidas, com  os  cursos  mais  tradicionais  de  graduação  e  pós,  injetando  recursos  específicos  para  pesquisa. 'Vamos fomentar a publicação e a citação. Citação se faz por meio de intercâmbio  de  acadêmicos  e  estudantes,  incentivando  trabalhos  conjuntos  com  universidades  internacionais', afirma ele." 

Encerrando no mesmo tom, ele declara, "Os rankings têm muitos questionamentos, mas as  universidades  mais  bem  avaliadas  são  as  que  mais  contribuem  para  o  avanço  da  humanidade".  

Para mostrar como o "inovacionismo" é "inoculado" entre os estudantes que irão tomá‐lo como orientação de seu processo de formação e de suas atividades profissionais, e tenderão a perpetuá‐lo como diretriz, ainda que difusa, da PCT, cito uma última entrevista. Publicada em 29/05/11 no Jornal da USP com o título "Oportunidade para inventores", ela trata da Olimpíada USP de Inovação, "que pretende estimular novas idéias e contribuir para fortalecer a "cultura da inovação" na Universidade".  O entrevistado é o coordenador da Agência USP de Inovação criada em 2005, que "atua principalmente apoiando pesquisas realizadas na Universidade, de modo a incentivar a inovação desde os primeiros anos da graduação". Nela, ele fala de seu objetivo de "...mostrar como a inovação é benéfica para a USP e para a sociedade paulista e brasileira". Apoiando‐se num idílico conceito de inovação ("é o ato da criatividade humana para resolver um problema concreto") ele aponta a importância da transferência do que é estudado na pesquisa para a efetiva viabilidade mercadológica. E, o que é mais significativo, sustenta que "Quem inova na pesquisa já pensa em necessidades do mercado, de modo geral. Essa idéia deve ser expandida, pois os benefícios não são exclusivos das empresas produtoras. É um lucro (sic!) do Estado e da sociedade". 

A matéria segue com o depoimento de um aluno que recebeu o prêmio da Olimpíadas pelo desenvolvimento de um dentifrício, que é especialmente esclarecedor para o objetivo deste texto: "O mais interessante da competição não é o prêmio, é sua capacidade de fazer as pessoas pensarem de modo diferente, com empreendedorismo. A USP já é muito forte na pesquisa, falta desenvolver nos alunos maturidade em negócios".  

Depois de afirmar que "É exatamente esse espírito criativo que a competição e a Agência USP de Inovação procuram fomentar" a matéria cita o responsável pela agência: "O inovador não nasce pronto. A inovação pode ter a ver com características pessoais, mas, no geral, as pessoas são treinadas para se tornarem inovadoras e criativas". O qual, referindo‐se a sua atividade conclui: "Somente quando isso for consolidado e virar corriqueiro, aí sim podemos esperar uma explosão de ações que resultarão em novos produtos, em inovação tecnológica." 
Encerro aqui esta tentativa de armar o meu quebra‐cabeças convidando o leitor a encontrar outras peças e a contribuir para uma análise das políticas de C&T e de ensino superior que permita sua orientação numa direção mais coerente com o processo de democratização em curso.  

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SOBRE O MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA E, AGORA, INOVAÇÃO 

Está tão disseminada a noção de que a "saúde" das empresas depende de algo mais do que   a  "velha"  política  de  ciência  e  tecnologia  (C&T)  que  temos  há  seis  décadas  que  a  poucos   surpreendeu a adição do termo Inovação ao nome do Ministério.  

Mas  o  fato  de  ela  ter  sido  anunciada  no  começo  deste  mês  como  parte  do  Plano  Brasil  Maior,  cujo  slogan  "Inovar  para  competir  e  competir  para  crescer"  faz  jus  ao  significativo  aumento dos subsídios que oferece às empresas locais, merece três comentários. 

O primeiro, de constatação. 

Por ser a inovação um conceito criado para designar a introdução de uma novidade no mercado, por uma empresa que busca lucros superiores aos de seus concorrentes, aquela adição reitera decisões e ações para reorientar o Ministério.   Centrada na oferta de conhecimento para as empresas mediante o fomento à formação de pessoal e à pesquisa na universidade e à relação desta com a empresa através de institutos de pesquisa, incubadoras, parque e pólos tecnológicos, essa política tem sido mal avaliada.  

Os "inovacionistas", com sua bandeira - "papers não produzem patentes" - parecem ter desbancado os "cientificistas" do controle da política e conseguido focá‐La em atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) na própria empresa.  

O papel do BNDES e o "rejuvenescimento" da FINEP previstos pelo Plano prometem muito mais do que o subsídio direto e as bolsas para profissionais que desejam contribuir para a "saúde" das empresas que vêm sendo oferecidos. 

O segundo comentário é de dúvida.  

É  plausível  que  novos  remédios  para  combater  uma  endemia  que  assola  o  mundo  empresarial (a atavicamente baixa propensão à P&D), num país em que ela é potencializada  por nossa condição periférica e assume um perfil epidêmico e estrutural, sejam eficazes?  

Fundamentam  essa  dúvida  inúmeras  comparações  dos  comportamentos  das  empresas  locais  e  estrangeiras.  Bem  mais  do  que  lá,  as  (raras)  que  aqui  inovam  preferem  adquirir  tecnologia  incorporada  em  máquinas  e  equipamentos  a  realizar  P&D;  e  quando  o  fazem  pouco acorrem a fundos públicos ou demandam resultados da pesquisa da universidade ou  dos institutos de pesquisa.     taxa  de  absorção  de  mestres  e  doutores  em  ciências  duras  para  realizar  P&D  (quase  mil  vezes  menor  do  que  a  dos  EUA)  chega  a  ser  inverossímil!  Dos  noventa  mil  que  formamos  entre 2006 e 2008, menos de setenta foram absorvidos.  

O terceiro, é de provocação. 

Ele traz à tona a o Plano Brasil sem Miséria, divulgado em junho passado.  

Ao contrário do outro, ele não parece perceber que criar oportunidades de trabalho e renda para a maioria dos que não trabalham em empresas requer um complexo conhecimento tecnocientífico específico para os empreendimentos solidários.  

Que dirá propor um Ministério da Ciência e "Tecnologia Social", que é como se está chamando aquela que exige o completamento de suas cadeias produtivas. Aquelas que irão produzir os bens e serviços que demandam os mais pobres e, também, os de natureza pública que serão alavancados via poder de compra do Estado.  

O Ministério não pode ficar limitado a equilibrar "inovacionistas" e "cientificistas".  Os "solidaristas" também "querem agenda" para disseminar sua noção de que, para melhorar sua "saúde", esses arranjos tecnoprodutivos merecem (e precisam), mais do que as empresas, de conhecimento novo. 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Goiás divulga novos prazos para três chamadas públicas

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) informa a prorrogação de prazos para a submissão de propostas das Chamadas Públicas 08/2012, 11/2012 e 12/2012.

Confira abaixo as retificações.

Chamada Pública 08/2012 - Concessão de Bolsas de Doutorado para Docentes
http://www.fapeg.go.gov.br/sitefapeg/anexos/editais/Retifica%C3%A7%C3%A3o%20CP%2008-12_Cronograma.pdf

Chamada pública 11/2012 - Apoio a Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu
 http://www.fapeg.go.gov.br/sitefapeg/anexos/editais/Retifica%C3%A7%C3%A3o%20CP%2011-12_Cronograma.pdf

Chamada pública 12/2012 - Fortalecimento dos Programas de Pós-Graduação http://www.fapeg.go.gov.br/sitefapeg/anexos/editais/Retifica%C3%A7%C3%A3o%20CP%2012-12_Cronograma.pdf.

(Com informações da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás)

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Insa oferece palestras e exposições durante a semana na Paraíba

"Cientista na Escola" e "Portas Abertas" estão entre as principais atividades que o Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTI) está oferecendo à população  de Campina Grande (PB)  durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia iniciada ontem  e vai até domingo dia 21, naquele estado. 

Essa é a 9º edição do evento, que ocorre tradicionalmente em outubro, em todo o país, coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Inspirado no tema deste ano “Economia Verde, sustentabilidade e erradicação da pobreza”, o instituto organizou, até o dia 19, uma série de palestras a serem realizadas por seus pesquisadores em escolas públicas de Campina Grande,  dentro do projeto “Cientista na Escola”. Já na sede do Insa,  a atividade *Portas Abertas* permitirá ao público conhecer  as pesquisas desenvolvidas.

No local, foi instalado um circuito de estandes interativos  para exposição dos seguintes temas: “Sistema de captação de água de  chuva”; “Variedades de palma resistentes à cochonilha”: “Produção de mudas nativas e adaptadas”; “Solos e sustentabilidade”, Sistema de produção Animal”; Agroindústria do Semiárido”; “Máquinas agrícolas e cactário”.

Duas exposições também estarão abertas à visitação dos estudantes na sede do Insa durante a semana: "A Ciência de Luiz Gonzaga", organizada em junho deste ano em homenagem ao centenário do "Rei do Baião" e, em parceria com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a unidade móvel do Museu Interativo do Semiárido (MISA) apresenta o tema "Viver e compreender o Semiárido", relacionado com a divulgação cultural e científica da região.


(Com informações do Insa e do MCTI)

Evento reúne 45 universidades britânicas e Ciência sem Fronteiras

Os estudantes interessados em participar do programa Ciência sem Fronteiras (CsF) com intercâmbio no Reino Unido terão a oportunidade de conferir as instituições em que pretendem ingressar. O evento UK Universities reunirá 45 instituições de ensino no sábado (20), em São Paulo, e na segunda-feira (22), no Rio de Janeiro.

“O objetivo do evento é trazer instituições de ensino de qualidade para que os estudantes brasileiros interessados no intercâmbio vejam as quais as ofertas britânicas existentes. Teremos universidades para todos os públicos, da Escócia, País de Gales, Irlanda e Inglaterra”, explica o gerente de Marketing do British Council no Brasil, Rodrigo Gaspar.

“Nos cinco anos anteriores em que organizei este evento, a área de ciência e tecnologia sempre foi o patinho feio. É o primeiro ano em que os estudantes cadastrados manifestaram interesse maior e elevaram estas áreas para o primeiro lugar. Acredito que o Ciência sem Fronteiras tenha colaborado para o aumento do interesse”, observa Gaspar.

Ele explica que os participantes do evento devem efetuar um cadastro citando suas áreas de interesse para que as universidades elaborem um diagnóstico prévio da demanda que atenderão durante a UK Universities.

Já o estande do Ciência sem Fronteiras no evento será responsável por orientar os alunos interessados em aderir ao programa. Os representantes farão palestras e oferecerão um passo a passo para o cadastro dos estudantes.
“Cerca de 75% dos estudantes tiveram a sua primeira escolha de instituição respeitada, entre as cinco opções de destino possíveis dentro do programa”, lembra Gaspar. “Neste evento, os estudantes estabelecem um link com as universidades e concretizam suas escolhas posteriormente.”

Cooperação

Os governos do Brasil e do Reino Unido vêm ampliando seus acordos de cooperação na área de ciência e tecnologia. Recentemente, durante visita do primeiro ministro britânico, David Cameron, ao Brasil, foram assinados três novos compromissos, incluindo a ampliação do número de alunos que serão enviados ao Reino Unido pelo programa Ciência sem Fronteiras.

No dia anterior aos anúncios, um site que relaciona as universidades britânicas que integram o programa e oferecem cursos na área de energia, foi lançado em evento no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Ele também é voltado para os estudantes interessados em estudar no Reino Unido.

(Com informações da Ascom do MCTI)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

MCTI quer criar programa de apoio a projetos na fase de pré-incubação

O coordenador de Serviços Tecnológicos da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Jorge Mario Campagnolo, estuda elaborar um programa voltado para o financiamento de novos projetos na fase de pré-incubação.

A novidade consistiria em aportar recursos na fase inicial, com o objetivo de aumentar a eficácia dos recursos aplicados nas incubadoras e evitar que boas iniciativas deixem de se transformar em empresas incubadas por falta de investimento, criando mecanismos de aceleração da inovação.

O processo de capacitação se concentraria nos núcleos de inovação tecnológica (NITs) das universidades. “Tem que apoiar as incubadoras, mas também não podemos nos esquecer de apoiar as ideias criativas”, diz Campagnolo. Segundo ele, a otimização de recursos públicos decorreria do amadurecimento dos projetos na fase de pré-incubação, pois investir em empresas já incubadas é mais custoso. “Inovação não significa necessariamente grandes investimentos. Uma boa ideia e poucos recursos podem resultar em um projeto genial com alto valor de mercado”, pondera.

(Com informações do MCTI)

Boletim ViaInTC / Edição de Outubro de 2012

Finep lança carta convite para estados atuarem no Tecnova

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI) lançou a carta convite do seu novo programa, o Tecnova. A agência optou por uma operação descentralizada para a iniciativa, que envolve R$ 190 milhões em recursos da Subvenção Econômica para aplicação em micro e pequenas empresas (faturamento anual até R$ 3,6 milhões), visando ao desenvolvimento de novos produtos, serviços e processos que agreguem valor aos negócios e ampliem seus diferenciais competitivos.

O programa será operado por parceiros em cada unidade da Federação. Em resposta à carta convite, os governos estaduais deverão indicar a candidatura da instituição responsável pelo programa. Ela se encarregará das atividades de fomento, seleção e organização do edital, da contratação das empresas em nível estadual, divisão dos recursos e acompanhamento dos projetos.

Cada Estado deverá apresentar uma contrapartida financeira por intermédio da instituição conveniada nos termos estabelecidos na Carta de Salvador, documento que estabelece os parâmetros para este tipo de desembolso. A Finep publicou em seu site o Manual de Orientação dos Parceiros, a planilha dos itens de controle e o formulário da carta convite (FAP).

A Financiadora de Estudos e Projetos alocará também verba adicional de R$ 19 milhões – oriunda de ação transversal do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) – para estruturação, administração e consolidação dos agentes locais. A meta global é que cerca de 700 empresas sejam apoiadas em todo o território nacional. Elas receberão, cada uma, recursos de R$ 120 mil a R$ 400 mil.

Além dos recursos da financiadora, o Sebrae participará de forma complementar com R$ 50 milhões, valor de utilização não obrigatória pelas empresas selecionadas, e que será voltado a atividades de gestão de negócio.

(Com informações da Finep)

Boletim ViaInTC / Edição de Outubro de 2012

Mast abre inscrições para Curso de Preservação de Acervos Científicos e Culturais

Oferecer meios eficazes para o planejamento de ações ligadas à preservação de acervos científicos. Esse é o objetivo do 2º Curso de Preservação de Acervos Científicos e Culturais, que o Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast/MCTI) realiza, no período de 3 a 7 de dezembro, no Rio.

A iniciativa é voltada, preferencialmente, a arquivistas, bibliotecários, museólogos, estudantes e profissionais ligados a instituições culturais e científicas responsáveis por acervos de caráter permanente. O prazo para as inscrições se encerra em 23 de novembro.

O curso tem por objetivos proporcionar informações básicas sobre os conceitos, aspectos e programas relacionados à preservação de acervos científicos e culturais, por meio de palestras, que enfocam os principais temas envolvidos, fornecendo um instrumental útil para planejamento de ações, com uma visão abrangente e sistemática para a salvaguarda e proteção destes acervos.

As inscrições poderão ser feitas na secretaria da Coordenação de Documentação e Arquivo do MAST, com Vânia Rodrigues das 9 as 12 e 13 às 17 horas, no período de 24/09 até 23/11.

Mais informações pelo telefone (021) 3514-5270.

Os interessados devem enviar a ficha de inscrição juntamente com uma cópia do comprovante de pagamento realizado para o fax (21)3514-5271 ou para o e-mail cda@mast.br, com o assunto inscrição no 2º curso de Preservação de Acervos Científicos e Culturais.

Para mais informações acesse: http://www.mast.br/curso_de_preservacao_de_acervos_cientificos_e_culturais.html.

Boletim ViaInTC / Edição de Outubro de 2012

USP lança cinco canais e acervo com mais de 7 mil vídeos na internet

Depois de cinco anos em fase experimental, a IPTV USP entra na segunda fase de execução e promove o lançamento de cinco canais de televisão com transmissão pela internet: Arte e Cultura, Saúde, Ciência, Tecnologia e TV USP.

Na primeira fase, iniciada em 2007, a IPTV (sigla para Internet Protocol Television) tinha duas grandes marcas: a transmissão de eventos que ocorriam na USP – como palestras, conferências e encontros – e um acervo de vídeos feitos sob demanda.

De acordo com a USP, essas modalidades permanecem e acrescentam-se os novos canais. Na cerimônia de lançamento, o coordenador da IPTV, Gil da Costa Marques, ressaltou a importância do projeto, bem como os ganhos para a comunidade em geral. “É uma grande realização para a USP, que colocará à disposição da sociedade tudo o que vem produzindo”, disse.

“É um projeto que permite o acesso democrático ao conteúdo que se produz na USP”, disse Regina Melo Silveira, coordenadora do novo projeto da IPTV, apontando para o cumprimento de um dos papéis da universidade pública.

Todo o conteúdo é aberto, gratuito e irrestrito, exceto alguns vídeos voltados a disciplinas específicas, como, por exemplo, uma cirurgia em que a identidade do paciente deve ser preservada. A nova plataforma suporta até 100 mil acessos simultâneos e todos os vídeos estarão disponíveis para download.

Somados os cinco anos da fase experimental, o acervo reúne uma biblioteca de mais de 7 mil vídeos e conta com uma integração ao Portal e-Aulas, que coloca à disposição do público videoaulas de professores da USP. Parte dessas aulas será transmitida nos canais durante a programação diária, respeitados os critérios de interesse e complexidade.

Mais informações: www.iptv.usp.br.

Boletim ViaInTC / Edição de Outubro de 2012

Capes lança Prêmio e Programa Pró-Amazônia

Estão abertas, até o dia 26 de novembro, as inscrições para o Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade, que premiará teses de doutorado e dissertações de mestrado. Serão avaliados ideias, soluções e processos inovadores para questões como redução do consumo de água e energia, redução de gases do efeito estufa (GEE), aproveitamento, reaproveitamento e reciclagem de resíduos e/ou rejeitos e tecnologia socioambiental com ênfase no combate à pobreza.

O prêmio se refere às teses e dissertações defendidas no Brasil em 2011 e foi criado a partir de uma parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a Vale, firmada durante a conferência Rio +20.
Para mais informações acesse: http://capes.gov.br/editais/abertos/5768-premio-vale-capes-de-ciencia-e-sustentabilidade.

Programa Pró-Amazônia

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) também lançou em parceria com as fundações de amparo à pesquisa dos estados da região amazônica, o programa Pró-Amazônia: Biodiversidade e Sustentabilidade.

Serão selecionados projetos de implantação de redes de cooperação acadêmica voltadas para pesquisas entre instituições de ensino superior (IES) e demais instituições que se enquadram nos termos do edital a ser lançado e que estejam em consonância com as demandas do país quanto ao fortalecimento das ações de biodiversidade, meio ambiente, sustentabilidade e desenvolvimento.

Entre as temáticas a serem apoiadas estão agroecologia, fármacos, sustentabilidade em núcleos urbanos, biotecnologia.

Para saber mais, visite a página da Capes na internet: http://www.capes.gov.br.

Boletim ViaInTC / Edição de Outubro de 2012

O verdadeiro gargalo de engenheiros

Fernando Paixão, professor da Unicamp e Marcelo Knobel, professor e pró-reitor de graduação da Unicamp

Entre as questões em debate em educação, destaca-se hoje a quantidade de profissionais em áreas de ciência e tecnologia.
Muitos propõem formar mais engenheiros e mais professores de química e física criando vagas no ensino superior para essas carreiras.
Essas propostas são importantes, mas não levam em consideração limitações dos alunos.

O que de fato limita a qualidade e o número de formandos nas áreas de ciências exatas e tecnológicas? Dados do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) apontam que a maior restrição está no número de jovens com habilidades mínimas em matemática.
Os resultados de avaliações internacionais tendem a repercutir entre nós apenas pela constatação de que estamos nas últimas colocações. Mas o Pisa vai muito além: fornece dados valiosos sobre o desempenho dos jovens de 15 anos.

O exame de 2009 foi feito por aproximadamente 470 mil alunos de 15 anos pelo mundo. A amostra representa 26 milhões de alunos de 65 países. Cada exame avalia três áreas - leitura, matemática e ciências- e estabelece seis níveis de competência.

Para uma ideia do que significa um aluno estar em cada um desses níveis (ou abaixo de todos), veja ao lado exemplos de questões similares às aplicadas em matemática.

Os dados mostram que 88,1% dos alunos não chegam ao nível 3 -não sabem, portanto, ler gráficos. Além disso, 96,1% não conseguem explicar o que ocorre numa troca de moeda se a taxa mudar. Mais do que impossibilitados de estudar economia, poderiam ser enganados com facilidade em qualquer outro país.

A distribuição limita o percentual dos nossos jovens em áreas que exijam competências mínimas em matemática, classificados do nível quatro para melhor. Só 3,8% dos participantes brasileiros do Pisa alcançaram esse desempenho.

Considerando que a população de jovens com 15 anos no Brasil é de aproximadamente 3,2 milhões, teríamos, no máximo, cerca de 122 mil jovens aptos para as carreiras de exatas. Esse número ainda cai no final do ensino médio, porque evidentemente há estudantes com habilidades mínimas que optam por outras carreiras profissionais.

Em 2011, o Ministério da Educação anunciou que dobraria as vagas de engenharia. Mas, em 2009, os 1.500 cursos existentes ofereciam 150 mil vagas ao ano, tinham 300 mil matriculados (embora as vagas permitissem até 750 mil, já que o curso dura cinco anos) e formaram 30 mil.

Uma alta evasão, para a qual contribui o déficit de habilidade matemática que o Pisa evidencia. Com conhecimentos tão pequenos de matemática, não surpreende que os alunos tenham dificuldades já no ensino médio. Um exemplo: para acompanhar gráficos nas aulas de física.

A Austrália tem 38,1% dos seus alunos no nível quatro ou superior na avaliação de matemática do Pisa; o Canadá, 43,3%; a Coreia do Sul, 51,8%. O Brasil tem 3,8%. Esses países têm proporcionalmente pelo menos dez vezes mais alunos aptos para as áreas de exatas e tecnológicas. Mesmo com uma população bem menor, a Coreia pode formar muito mais engenheiros do que nós.

A política educacional dos últimos 20 anos tem sido colocar os alunos na escola, uma etapa importante. Hoje, o desafio é melhorar, e muito, a qualidade do ensino fundamental. No momento em que se discute um novo Plano Nacional de Educação, deveríamos propor ações concretas para atacar a raiz do problema.

(A matéria foi originalmente publicada no jornal Folha de São Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/65288-o-verdadeiro-gargalo-de-engenheiros.shtml)

Boletim ViaInTC / Edição de Outubro de 2012

Inovação é tema central de publicação lançada no Senado

Com o título “País constrói pontes entre ciência e indústria”, foi lançada, no último dia 12 setembro, no Senado, a 12ª edição da revista Em Discussão!. A publicação traz um panorama da inovação tecnológica no Brasil hoje.

A revista remete a uma colocação que é chave: o País fez uma forte inflexão no seu padrão de desenvolvimento e em sua posição internacional.

Com 72 páginas, a revista pretende explicar como o Brasil promove a inovação, desde a pesquisa básica até a oferta de produtos no mercado internacional. São apresentados problemas que prejudicam os resultados como burocracia, falta de recursos, falhas no sistema educacional e distância entre pesquisadores e indústria. Acesse a versão eletrônica no link http://www.senado.gov.br/noticias/jornal/emdiscussao/Upload/201203%20-%20setembro/pdf/em%20discuss%C3%A3o!_setembro_2012_internet.pdf

As reportagens da edição de setembro identificam os problemas internos como fator de afastamento entre a economia brasileira e seus competidores internacionais, por impor que os produtos de tecnologia agregada sejam relegados a segundo plano por commodities de mineração e agricultura.

As políticas estabelecidas pelo MCTI voltadas a oferecer maior competitividade para a produção nacional, como a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti), também são foco de matéria. A revista é produzida pela Secretaria Especial de Comunicação Social /Secs do Senado e foi pautada pelas discussões promovidas em audiências públicas pela casa legislativa, durante o seminário Caminhos da Inovação, em junho.

(Com informações do MCTI)

Boletim ViaInTC / Edição de Outubro de 2012

CARTA AO LEITOR

Talvez alguns dentre os nossos leitores tenham recebido o convite para o lançamento e apresentação do Instituto Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque em Campina Grande/PB no dia 24 de setembro de 2012, dirigido pelo seu atual diretor presidente, Vicente de Paulo Albuquerque Araújo, e o diretor adjunto Ivan Rocha Neto, pessoas que partilharam com o prof. Lynaldo da sua intimidade afetiva e das batalhas profissionais envolvendo a educação superior e o desenvolvimento da ciência e da tecnologia.

Pois bem, o Instituto - criado inicialmente com o nome de Transposição do Conhecimento para o Desenvolvimento Regional, em abril de 2009, posteriormente assumindo o nome do criador como homenagem após seu falecimento em Brasília/DF em janeiro de 2011 - foi idealizado por Lynaldo como um espaço de reflexão, elaboração e execução de projetos de desenvolvimento para as regiões mais carentes do país, que pudessem beber na fonte do conhecimento produzido nas instituições de ensino e pesquisa as contribuições e soluções adequadas ás realidades locais e regionais.

Lynaldo – não estranhem nos referirmos a ele de maneira tão informal e próxima, que, aliás, é o que mais combina com o seu estilo de trabalho e relacionamento profissional com o qual convivemos por muitos anos – foi sem dúvida um dos mais conceituados gestores de C&T, com um espectro de visão futura dos mais refinados, tendo promovido ações que desencadearam o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação em diferentes partes do país, em todas as suas direções e áreas do conhecimento.

Pensar o Nordeste hoje em termos de excelência acadêmica e tecnológica encontra na Universidade Federal de Campina Grande/UFCG, mais especificamente na área de Engenharia Elétrica, um dos seus expoentes mais concretos, abrigando um curso único com nota 6 da Capes, ao lado de outros 5, sendo que só a Coppe/UFRJ e a Unicamp têm cursos com nota 7, a nota máxima.

Mas o importante a registrar aqui é que esse resultado tem origem na pessoa do prof. Lynaldo e sua atuação como presidente do CNPq, de 1980 a 1985, tendo criado o primeiro parque tecnológico brasileiro com incubadora de empresas e que vem a ser a atual Fundação Parque Tecnológico da Paraíba, e como diretor da Escola Politécnica da UFPB que funcionava em Campina Grande, de 1964 a 1971, apresentou a proposta de criação de um instituto tecnológico vinculado à escola, que com o seu crescimento e fortalecimento institucional contribuiu para o que é hoje a UFCG com sua bem avaliada área tecnológica.

Lynaldo fez inúmeros convênios com instituições do exterior - Universidade da Califórnia, com o governo britânico, com o Japão, Alemanha, França e Holanda, com o Canadá e com o brasileiro ITA, tudo resultando em crescimento vertiginoso da área de tecnologia, contribuindo para que as instituições paraibanas se igualassem aos mais conceituados centros de pesquisa no eixo Sul-Sudeste.

Pode-se dizer que hoje Campina Grande constitui uma cidade promotora do desenvolvimento, reunindo classe empresarial, instituições acadêmicas e de pesquisa, gente de todas as áreas, fomentos diversos a partir das 3 esferas governamentais, cultura local e popular exuberante, ou seja, terreno mais propício para abrigar o nosso estimado Instituto não poderia haver! Longa vida ao Instituto Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque em sua fonte e raiz primeira, é o que desejamos e contribuiremos com o que for necessário.

Boletim ViaInTC / Edição de Outubro de 2012

Edição 2012 da SNCT mobiliza o País a partir de hoje

O tema “Economia verde, sustentabilidade e erradicação da pobreza” mobiliza todo o país, neste mês, com a realização da 9ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), desta segunda-feira (15) a domingo (21). A abertura oficial será realizada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, em Brasília, na terça-feira (16), às 15 horas, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade (ExpoBrasília).

O conceito de cidade sustentável é o destaque da SNCT no Distrito Federal, que pretende despertar o interesse do público e aumentar a consciência coletiva sobre essa temática. Para atingir esse objetivo, serão promovidas ações e debates sobre estratégias e mudanças necessárias.

Criada por decreto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 9 de junho de 2004, a SNCT busca popularizar a ciência e mostrar sua importância para o desenvolvimento, além de despertar na população a criatividade, a atitude científica e a inovação. O evento é realizado sempre em outubro, sob a coordenação nacional do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do Departamento de Popularização e Difusão de Ciência e Tecnologia, da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis).

Desde a primeira edição, a semana nacional obtém participação crescente e entusiasmada de estudantes, professores, instituições e municípios. Em 2011, foram realizadas cerca de 16 mil atividades, em 654 municípios brasileiros. A 9ª SNCT terá atividades em todas as regiões do país, mobilizando diversos parceiros como universidades, instituições de pesquisa, escolas, empresas públicas e privadas, governo e entidades da sociedade civil.

Temática

Todos os anos, as ações são promovidas em torno de uma temática de importância social. Para a edição de 2012, o tema escolhido está em sintonia com as discussões da Conferência sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), evento promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em junho deste ano, no Brasil. A Assembleia-Geral das Nações Unidas declarou o ano de 2012 como o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos.

O tema principal é escolhido pelo MCTI com base em sugestões e consultas a instituições e entidades parceiras na organização. Durante o ano e, principalmente, no período da SNCT, são promovidas e estimuladas atividades de difusão e de apropriação social de conhecimentos científicos e tecnológicos relacionados com esse tema, com debates sobre as estratégias e as mudanças necessárias para uma economia verde que, em conexão com um modelo de desenvolvimento sustentável, contribua para a erradicação de pobreza e a diminuição das desigualdades sociais no país.

Segundo o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, o objetivo do evento é discutir em escolas, universidades, comunidades e locais públicos os diversos aspectos envolvidos no estabelecimento de uma economia verde, bem como os desafios da sustentabilidade nas suas dimensões ambiental, econômica e social.

“As pesquisas científicas e tecnológicas, os intercâmbios científicos e o uso generalizado e aberto dos dados e resultados científicos são fatores essenciais para enfrentar estes desafios, tendo em vista os limites naturais do planeta e a necessidade de estruturas socioeconômicas renovadas. Por outro lado, uma educação de qualidade é um elemento indispensável para possibilitar uma formação cidadã adequada para o desenvolvimento sustentável”, afirma Raupp.

Confira a programação no site da SNCT.

Abertas as inscrições para o 22º Encontro Nacional de Estudos Estratégicos

Com o tema "O setor espacial brasileiro: cenário atual e perspectivas", a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República vai promover o 12º Encontro Nacional de Estudos Estratégicos (12º  ENEE), que será realizado no Rio de Janeiro, de 7 a 9 de novembro.

Esta edição do encontro pretende examinar questões estratégicas para o País e para o setor da defesa e, com isso, produzir subsídios para a formulação de políticas públicas mais eficazes.

A programação inclui duas conferências, além de seis painéis – dos quais participarão especialistas e autoridades em áreas específicas.

Os painéis irão discutir temas como o cenário internacional – o setor espacial brasileiro no contexto global; o cenário nacional – condução da política espacial brasileira; as contribuições da tecnologia espacial na solução de problemas de defesa; as contribuições da tecnologia espacial na solução de problemas socioambientais e a participação da indústria nacional nos programas de desenvolvimento de tecnologias e sistemas espaciais.

A organização do 12º ENEE espera a participação de 800 pessoas, entre autoridades, especialistas, servidores públicos, acadêmicos, membros da comunidade científica, representantes de organizações não governamentais (ONGs) e do setor privado, militares e estudantes. A participação no evento é aberta e gratuita, mas as vagas são limitadas. As inscrições poderão ser realizadas pelo site.

(Com informações da SAE)

Acre comemora aniversário de sua primeira instituição de pesquisa

Na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do Acre (que começa hoje) será realizada o Seminário 25 Anos de Ciência e Tecnologia no Estado do Acre, que marca o 25º aniversário da Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (Funtac). 

Segundo a coordenadora regional da SNCT, Vasti Quintana, apesar de já contar, desde 1987, com a atuação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do governo local, o Estado teve na Funtac sua primeira instituição de pesquisa.

Recentemente, a área ganhou novo reforço com a criação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Acre (Fapac), vinculada à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sect), lembra Vasti.

Na programação do seminário, que será aberto às 14 horas de hoje, no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fiec), está prevista a realização de dois painéis: “Ciência e tecnologia: perspectivas no novo milênio” e “Acre: paradigmas e desafios da sustentabilidade”.

As atividades do seminário se encerram com o lançamento da 8ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no Acre (SNCT/Acre), às 20 horas.

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é coordenada no Acre pela Funtac.

Também estão programadas, para 15 a 21 de outubro, oficinas de aproveitamento de alimentos e reaproveitamento de resíduos sólidos, palestras sobre nanociência e nanotecnologia e mesa-redonda sobre o Código Nacional de Ciência e Tecnologia, na Universidade Federal do Acre (Ufac), exposições fotográficas e de experimentos de física, o Dia de Campo (ação da Embrapa Acre), apresentação de trabalhos científicos e o projeto Instituição de Portas Abertas, quando estudantes serão convidados a visitar as instalações da Embrapa e da Funtac, entre outras ações.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Prêmio Finep começa a anunciar vencedores regionais

O anúncio dos vencedores regionais do Prêmio Finep de Inovação começa na quarta-feira (10), em Cuiabá (para a região Centro-Oeste), e vai até 8 de novembro, em Belo Horizonte (região Sudeste).

Neste ano, o prêmio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI) teve 588 inscrições no Brasil, somando as categorias Micro/Pequena Empresa, Média Empresa, Tecnologia Assistiva, Inovação Sustentável, Instituição de Ciência e Tecnologia, Tecnologia Social, Inventor Inovador, Inovar e Grande Empresa.

Os valores da premiação chegam a cerca de R$ 9 milhões. As categorias Grande Empresa e Inovar concorrem apenas em nível nacional.

A finalíssima será realizada em Brasília, em data e local a definir.

O anúncio para a região Nordeste será em Fortaleza, na segunda-feira (15).

O da Norte, em Belém, no dia 24; o da Sul, em Porto Alegre, dia 31.

(Com informações da Finep)

Finep divulga resultado final do Proinfra

A Finep está divulgando o resultado final da chamada pública do Proinfra, lançada no final de 2011.

O edital foi destinado ao apoio de projetos de implantação, modernização e recuperação de infraestrutura física em universidades e instituições públicas de pesquisa.

O valor da chamada era de R$ 400 milhões, com recursos não reembolsáveis do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), por meio do Fundo Setorial CT-Infra.

Participaram do edital 180 universidades e instituições de pesquisa com propostas que incluíram 524 subprojetos.

Dos R$ 400 milhões destinados à chamada pública, pelo menos 30% tiveram por destino as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além das regiões de abrangência da Sudene e da Sudam.

O último edital do Proinfra, lançado em 2010, ofereceu R$ 360 milhões e beneficiou 118 instituições selecionadas dentre os 178 projetos recebidos inicialmente.

Acesse: http://download.finep.gov.br/fundos_setoriais/ct_infra/resultados/ResultadoFinalPROINFRA2011.pdf

Pará faz Feira Estadual de Ciência,Tecnologia e Inovação

De 17 a 19 de outubro será realizada em Belém (Pará)  a 5ª Feira Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação.

O evento é  promovido pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), em parceria com diversas instituições de ensino e pesquisa do Estado.

Este ano, o evento será sediado no campus de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade do Estado do Pará (Uepa).

Serão mais de 80 atividades, entre palestras, oficinas, seminários, minicursos e exposições, sobre diversas áreas do conhecimento e destinadas a atender diferentes públicos e gostos.

A novidade este ano é a realização de ações ligadas à inovação e às tecnologias sociais, o que faz com que a programação se estenda para além do público habitual do evento - em sua maioria composto por estudantes e professores dos ensinos fundamental e médio - e alcance, também, graduandos, pesquisadores, empresários, produtores rurais, gestores públicos e representantes de comunidades tradicionais.

Para outras informações e inscrições acesse www.semanact.pa.gov.br.

(Com informações da Agência Pará de Notícias)

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Lançada edição especial da revista Inovação em Pauta

Uma revista para fazer história. Esse foi o objetivo da edição especial da revista Inovação em Pauta, comemorativa dos 45 anos da Finep, que começa a circular.

A iniciativa é resultado do projeto “História da Finep”, desenvolvido pela economista  Maria Sylvia Derenusson, que resgata, por meio de documentos, pesquisas e entrevistas o papel da Financiadora nas últimas quatro décadas e meia.

A decisão de publicar a revista foi uma opção para que as grandes linhas da história da Finep chegassem ao maior número de pessoas com um texto leve e dinâmico. Contextualizar a trajetória da empresa com os acontecimentos que marcaram cada década foi um desafio.

O trabalho também  ressaltou alguns dos  grandes temas apoiados pela empresa, de acordo com  o cenário e as políticas públicas adotadas pelos governos nas décadas de 1960 até o ano 2012.

Todos os presidentes ou seus vices foram ouvidos sobre desafios e realizações de suas gestões e os relatos ajudaram a compor o mosaico dos diversos períodos dessa trajetória. O ministro Reis Velloso também participou da publicação, destacando a contribuição da Finep para a sociedade.

"Todos os dados utilizados são oficiais, para garantir a confiabilidade das informações, indispensável na reconstrução de fatos históricos.  Muito ainda precisa ser feito, porque ao longo do tempo, documentos se perderam , mas partilhar o conhecimento resgatado  e coloca-lo à disposição da sociedade  é  o grande desafio desse trabalho", explica Maria Sylvia.

A grande motivação do projeto "História da Finep" foi a constatação, feita em 2007, de que havia um pedaço da história do Brasil que precisava ser contada. Não a do desenvolvimento das ciências, já coberta por diversos autores. Nem a  da economia  brasileira, rica em documentos, mas "a institucional do Brasil, que trata  da luta pelo desenvolvimento, no sentido mais amplo do termo; é aí que a história da Finep se insere”, esclarece Maria Sylvia.


Texto original em: http://www.finep.gov.br/imprensa/noticia.asp?cod_noticia=3013